Um Estudo Revela informações sobre Circuitos Neurais e Comportamentos de Busca por Alimentos

Um Estudo Revela informações sobre Circuitos Neurais e Comportamentos de Busca por Alimentos

Um estudo recente realizado por pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida descobriu novas informações sobre o papel do cérebro em impulsionar nosso desejo por comida quando estamos com fome. Esse conhecimento poderia aprimorar nossa compreensão da obesidade e dos distúrbios alimentares, levando a tratamentos melhorados para milhões de pessoas afetadas por essas condições em todo o mundo.

Sob a liderança do Professor Assistente de Psicologia e Neurociência, Xiaobing Zhang, a equipe de pesquisa descobriu circuitos neurais específicos dentro do cérebro que controlam comportamentos de busca por alimentos tanto motivados pela fome (homeostáticos) quanto não motivados pela fome (hedônicos). Os resultados deste estudo sugerem que terapias comportamentais podem ser uma solução eficaz a longo prazo para a obesidade e os distúrbios alimentares, especialmente em indivíduos com transtorno de compulsão alimentar.

De acordo com Zhang, a terapia comportamental é altamente benéfica no combate aos distúrbios alimentares e à obesidade devido ao foco em abordar os comportamentos subjacentes sem causar efeitos colaterais induzidos por medicamentos. O programa de pesquisa de Zhang gira principalmente em torno da compreensão da conectividade e função dos circuitos neurais que regulam o consumo de alimentos e os comportamentos motivados por alimentos.

Publicada na revista Science Advances, a pesquisa lança luz sobre os processos complexos em nossos cérebros que impulsionam os comportamentos humanos, incluindo o desejo de comer. A equipe identificou a zona incerta, uma região profunda no núcleo do cérebro, desempenhando um papel crucial no controle dos comportamentos alimentares. Essa descoberta desafia a compreensão convencional de que os comportamentos de busca por alimentos e alimentação são governados exclusivamente por sinais metabólicos relacionados ao estado energético do corpo.

Ao estudar modelos de camundongos, Zhang e a equipe isolaram um pequeno grupo de neurônios dopaminérgicos dentro da zona incerta que se ativam rapidamente quando os níveis de energia do corpo estão baixos, promovendo o comportamento de busca por alimentos. Esses neurônios de dopamina se desativam quando o alimento é consumido. A dopamina, frequentemente referida como o neurotransmissor “do prazer”, está envolvida no sistema de recompensa do cérebro. Os pesquisadores descobriram que silenciar esses neurônios de dopamina impediu os participantes do estudo de procurar alimentos, mesmo quando com fome. No entanto, os participantes com neurônios de dopamina silenciados ainda consumiam uma quantidade significativa de alimentos quando disponíveis livremente.

Essas descobertas oferecem informações valiosas sobre os complexos mecanismos biológicos subjacentes a questões relacionadas à alimentação, como obesidade e distúrbios alimentares. Compreender os mecanismos neurais envolvidos pode levar ao desenvolvimento de terapias e tratamentos mais eficazes para os pacientes. Além disso, o estudo também revelou que os neurônios de dopamina da zona incerta contribuem para a formação de memórias contextuais associadas à busca por alimentos, destacando futuras linhas de investigação.

No futuro, Zhang pretende explorar os efeitos específicos da memória contextual na regulação e comportamento alimentar. Essa pesquisa inovadora não apenas foi publicada em uma revista de alto impacto, mas também serve como um guia para futuras direções de pesquisa e recrutamento de jovens cientistas talentosos para a equipe.

Perguntas frequentes:
1. No que o estudo realizado pelos pesquisadores da Universidade Estadual da Flórida se concentrou?
O estudo concentrou-se em compreender os circuitos neurais no cérebro que controlam comportamentos de busca por alimentos motivados pela fome e não motivados pela fome.

2. Que impacto potencial essa pesquisa pode ter?
A pesquisa poderia aprimorar nossa compreensão da obesidade e dos distúrbios alimentares, levando a tratamentos melhorados para indivíduos que vivem com essas condições em todo o mundo.

3. Qual é o papel da terapia comportamental no tratamento de distúrbios alimentares e obesidade?
A terapia comportamental é considerada um dos melhores tratamentos para essas condições, pois visa os comportamentos subjacentes sem causar efeitos colaterais induzidos por drogas.

4. Que região do cérebro o estudo identificou como crítica para controlar os comportamentos alimentares?
O estudo identificou a zona incerta, uma região profunda no núcleo do cérebro, como desempenhando um papel crítico no controle dos comportamentos alimentares.

5. Qual é o papel da dopamina na busca por alimentos?
A dopamina, conhecida como o neurotransmissor “do prazer”, está envolvida no sistema de recompensa do cérebro e impulsiona a busca por alimentos homeostáticos.

(Fonte: Science Advances, DOI: 10.1126/sciadv.adi5326)

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