Uma meta-análise de ensaios clínicos controlados sugere que novos medicamentos para redução da glicose usados no tratamento do diabetes tipo 2 podem reduzir o risco de desenvolvimento da doença de Parkinson. O estudo encontrou uma associação potencial entre as classes recentes de medicamentos antidiabéticos e o risco de Parkinson, apoiando estudos clínicos adicionais para avaliar os medicamentos para redução da glicose como um tratamento potencial para a doença de Parkinson.
O diabetes tipo 2, caracterizado por níveis elevados de glicose no sangue, tem sido associado a um risco aumentado de doença de Parkinson. A insulina, um hormônio proteico que ajuda a controlar os níveis de glicose, sugere uma relação potencial entre o controle da glicose e a neurodegeneração.
Novas classes de medicamentos para redução da glicose, como agonistas do receptor do peptídeo-1 similar ao glucagon (GLP-1R), inibidores da dipeptidil peptidase-4 (DPP4) e inibidores do co-transportador de sódio-glicose-2 (SGLT2), estão sendo cada vez mais utilizadas no tratamento do diabetes tipo 2 devido à capacidade de reduzir o risco de doenças cardiovasculares e renais.
Um estudo recente mostrou que o risco de Parkinson foi significativamente menor em pacientes diabéticos que recebiam agonistas do GLP-1R ou inibidores do DPP4 em comparação com outras terapias. Alguns agonistas do GLP-1R aprovados para o tratamento do diabetes tipo 2 também mostraram potencial para retardar a progressão da doença de Parkinson.
A meta-análise incluiu 24 ensaios clínicos envolvendo um total de 185.305 adultos que foram randomizados para receber medicamentos para redução da glicose ou um placebo. Em todos os ensaios, o uso de medicamentos para redução da glicose foi fortemente associado a uma redução de 50% no risco de Parkinson em comparação com o placebo.
Embora os inibidores do SGLT2 estivessem fracamente relacionados a um menor risco de Parkinson em comparação com o placebo, não houve evidências de que os agonistas do GLP-1 e os inibidores do DPP4 reduziram o risco da doença.
Os resultados devem ser interpretados com cautela devido ao baixo número de casos de Parkinson identificados e ao curto período de acompanhamento. No entanto, os pesquisadores observaram que os novos medicamentos para redução da glicose têm efeitos neuroprotetores, melhorando a resistência à insulina e reduzindo danos oxidativos e inflamação, tornando-os opções terapêuticas promissoras para o manejo da doença de Parkinson.
São necessários mais estudos utilizando dados do mundo real para confirmar ou refutar a associação potencial entre os novos medicamentos para redução da glicose e o risco de desenvolvimento da doença de Parkinson.
Fontes:
– “Meta-Análise da Associação Entre Novos Medicamentos para Redução da Glicose e Risco de Doença de Parkinson”
– Revista Movement Disorders