Pesquisadores do College of Health Sciences da Universidade de Delaware fizeram uma contribuição significativa para a saúde global investigando a infecção sexualmente transmissível (IST) mais comum no mundo, o papilomavírus humano (HPV). Os Centros de Controle e Prevenção de Doenças relatam que 79 milhões de americanos têm HPV, com 14 milhões de novas infecções ocorrendo anualmente. As mulheres, em particular, estão em risco, com 80% delas esperando contrair pelo menos um tipo de HPV durante a vida. O HPV é responsável por causar o câncer de colo do útero, que é o terceiro câncer mais comum entre as mulheres e a segunda causa de morte relacionada ao câncer em todo o mundo.
Em um estudo recente publicado no Virology Journal, pesquisadores do Departamento de Ciências Médicas e Moleculares (MMSC) da Universidade de Delaware confirmaram a presença de 25 tipos diferentes de HPV na Nigéria. Aproximadamente metade desses tipos tem o potencial de causar câncer, enquanto outros contribuem para ISTs como verrugas genitais. A pesquisa envolveu colaboração com dois hospitais nigerianos e contou com a participação da ex-aluna da UD, Ngozi Dom-Chima, que desempenhou um papel vital no estabelecimento de confiança e cooperação entre a equipe de pesquisa e os sistemas hospitalares locais da Nigéria.
O estudo analisou 90 amostras cervicais usando sequenciamento de DNA de próxima geração e identificou múltiplos tipos de HPV em cada amostra. Os pesquisadores descobriram altas taxas de infecções múltiplas por HPV, com algumas amostras contendo até nove tipos diferentes de HPV. Os resultados destacam a necessidade urgente de vacinas específicas para cada região para o HPV, já que a principal vacina, Gardasil-9, protege apenas contra nove tipos de HPV que causam câncer prevalentes nos Estados Unidos. Dos 25 tipos identificados na Nigéria, apenas seis são cobertos pela vacina atual.
O pesquisador principal, Sam Biswas, enfatiza a necessidade de vacinas direcionadas específicas para as cepas circulantes em diferentes países. Dom-Chima espera que as empresas farmacêuticas observem essa pesquisa e desenvolvam vacinas eficazes específicas para cada região para proteger contra as cepas prevalentes de HPV na Nigéria e em outras regiões.
Fontes:
– Virology Journal (2023). DOI: 10.1186/s12985-023-02106-y