Fuga de cérebros: O impacto da atração do Norte Global na saúde africana

Fuga de cérebros: O impacto da atração do Norte Global na saúde africana

Os sistemas de saúde de muitos países africanos enfrentam desafios significativos à medida que os médicos são atraídos para o Norte Global. Uma análise recente feita pelo The Continent revela que 15 das nações mais ricas do mundo têm mais de 55.000 médicos africanos trabalhando em seus sistemas de saúde. O Reino Unido lidera a lista como o principal receptor de médicos africanos, seguido pelos Estados Unidos, França, Canadá, Alemanha e Irlanda.

Como resultado dessa fuga de cérebros, países africanos como Egito, Nigéria, África do Sul, Argélia e Sudão têm experimentado um declínio substancial na qualidade dos serviços de saúde que podem oferecer aos seus próprios residentes. Por exemplo, o Egito agora tem a menor proporção de médicos por paciente entre seus vizinhos do norte da África.

A escassez de médicos experientes tem colocado um grande fardo sobre os médicos internos, que frequentemente estão sobrecarregados e não recebem orientação e supervisão adequadas. Um estudo realizado em Uganda e no Quênia intitulado “Fomos tratados como se não fôssemos ninguém” destaca os desafios enfrentados pelos médicos internos. Eles frequentemente trabalham horas longas e irrazoáveis e frequentemente são responsáveis por administrar enfermarias ou realizar procedimentos médicos sem supervisão.

A falta de apoio e supervisão para médicos internos afeta não apenas o bem-estar deles, mas também compromete a qualidade dos cuidados prestados aos pacientes. Pesquisas da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostraram que indivíduos que trabalham mais de 55 horas por semana têm um risco maior de derrame e doenças cardíacas isquêmicas.

A situação no Quênia e em Uganda não é única. Um estudo semelhante realizado na Nigéria revelou que médicos no início da carreira frequentemente se sentem sobrecarregados, e um número significativo deles enfrenta ansiedade e considera deixar a profissão. No entanto, reduzir as horas de trabalho para médicos internos e médicos juniores é desafiador devido à falta de instalações de treinamento e à contínua fuga de cérebros.

No final das contas, as atraentes condições de trabalho e melhor equilíbrio entre vida pessoal e profissional oferecidos pelo Norte Global tornam-no uma escolha irresistível para médicos africanos em busca de oportunidades no exterior. Enquanto isso, os sistemas de saúde africanos devem encontrar maneiras de enfrentar a grave escassez de médicos e oferecer melhor apoio e treinamento para médicos internos e jovens médicos.

Perguntas Frequentes (FAQ)

O que é fuga de cérebros?
Fuga de cérebros se refere à emigração ou perda de indivíduos talentosos e qualificados de seu país de origem para outro país, geralmente com melhores oportunidades e condições de trabalho.

Quais são os efeitos da fuga de cérebros na saúde africana?
A fuga de cérebros na saúde africana leva à escassez de médicos experientes, diminuição da relação médico-paciente, aumento da carga de trabalho em médicos internos e comprometimento da qualidade dos cuidados de saúde prestados aos pacientes.

Por que os médicos africanos escolhem trabalhar no Norte Global?
Os médicos africanos frequentemente buscam oportunidades no Norte Global devido a melhores condições de trabalho, salários mais altos, melhor infraestrutura e recursos e um equilíbrio entre vida pessoal e profissional mais favorável.

O que pode ser feito para enfrentar a fuga de cérebros na saúde africana?
Para enfrentar a fuga de cérebros, os países africanos precisam investir na melhoria das condições de trabalho e infraestrutura de saúde, oferecer melhor treinamento e orientação para médicos internos e jovens médicos e implementar políticas que incentivem os médicos a permanecer e contribuir para os sistemas de saúde de seus países de origem.

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