De acordo com um estudo recente, as pessoas que presenciam uma situação de parada cardíaca são menos propensas a realizar a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em mulheres, em comparação com os homens, resultando em taxas de mortalidade mais altas para as mulheres que sofrem uma parada cardíaca. A RCP é uma técnica de salvamento que envolve a respiração boca a boca e compressões no peito para restaurar a circulação sanguínea e o fluxo de oxigênio para o cérebro. O estudo, realizado por médicos canadenses, analisou mais de 40.000 casos de parada cardíaca nos Estados Unidos e Canadá entre 2005 e 2015.
No geral, a pesquisa constatou que 54% dos pacientes receberam RCP de uma pessoa que estava por perto. No entanto, em lugares públicos, como as ruas, apenas 61% das mulheres receberam RCP, em comparação com 68% dos homens. Essa disparidade na resposta das pessoas que testemunham a situação contribui para uma taxa de mortalidade maior entre as mulheres que sofrem uma parada cardíaca.
Uma possível explicação para essa diferença de gênero é o desconforto que as pessoas que prestam primeiros socorros podem sentir ao tocar o peito de uma mulher sem consentimento. No entanto, o estudo mostrou que a idade não desempenhou um papel significativo na probabilidade de receber RCP, já que as mulheres de todas as idades eram menos propensas a receber RCP prestada por terceiros, em comparação com os homens.
Um fator adicional que contribui para a diferença de gênero na resposta à RCP pode ser uma “barreira de reconhecimento”, onde a parada cardíaca em mulheres é frequentemente percebida como uma condição que afeta principalmente os homens. Os sintomas da parada cardíaca podem variar entre os gêneros, sendo mais comum que os homens sintam dor no peito e que as mulheres sintam falta de ar.
Pesquisas adicionais são necessárias para entender melhor as razões por trás dessa discrepância no tratamento de homens e mulheres em casos de parada cardíaca. Especificamente, dados sobre o gênero das pessoas que realizam a RCP podem fornecer informações sobre possíveis preconceitos ou preferências. Ao identificar e abordar essas questões, pode ser possível melhorar as taxas de sobrevivência das mulheres que sofrem uma parada cardíaca.
Fonte: O artigo original é da agência de notícias AFP.