Uma equipe de pesquisa na Universidade Estadual da Pensilvânia desenvolveu uma abordagem mais eficiente e econômica para engenharia genética de células humanas visando a produção de vesículas de gás (GVs), estruturas semelhantes a bolhas que podem melhorar significativamente a imagiologia médica. GVs são naturalmente produzidas por certos microorganismos e controlam a flutuabilidade desses organismos na água. Ao integrar construções de DNA específicas e um sistema semelhante a um relógio nas células, a equipe conseguiu desencadear a produção de GVs dentro das células no momento certo, sem necessidade de clonagem de células individuais trabalhosa. A adição de genes resistentes a medicamentos permitiu isolar um grupo uniforme de células geneticamente modificadas capazes de produzir GVs.
A ultrassonografia é um método de imagem não invasivo que usa ondas sonoras para criar imagens da anatomia interna. GVs poderiam potencialmente substituir os agentes de ultrassom atualmente aprovados, como microbolhas, pois as GVs são menores e podem ser usadas para imagiologia molecular. Quando atingidas por ondas de ultrassom, as GVs mudam de forma e o sinal resultante pode ser detectado e visualizado com um sistema de ultrassom, permitindo a imagem de estruturas de tecido profundo, mesmo a vários centímetros de profundidade. Essa tecnologia poderia ter inúmeras aplicações em intervenções médicas terapêuticas, como monitorar continuamente células terapêuticas transplantadas em tempo real.
A equipe de pesquisa disponibilizou suas construções de DNA em um repositório sem fins lucrativos, possibilitando que pesquisadores de todo o mundo acessem e utilizem seu trabalho.
Fonte:
“Abordagem inovadora para engenharia de células humanas”: Bioengenharia e Medicina Translacional (2023) DOI: 10.1002/btm2.10584